A estrutura foi toda montada pela Prefeitura, mas, sem a contratação de professores e sem a instalação da rede de acesso à internet, o Centro de Capacitação e Inclusão Digital nunca foi utilizado pela comunidade. “É uma pena ver tudo isso parado. Tínhamos tantos planos e projetos para este espaço”, lamentou a presidente da associação de moradores, Alcideia Malter.
Para que os computadores pudessem ser instalados, a comunidade reformou e pintou todo o espaço, que era utilizado por médicos voluntários. De acordo com a presidente da associação, os profissionais foram remanejados para o salão da Igreja Assembleia de Deus, onde mantiveram o atendimento à população. “Para não perder a chance de ter os computadores funcionando, os médicos passaram a atender na igreja, mas de nada adiantou, porque as crianças nunca puderam usar os aparelhos”, ressaltou Alcideia.
A instalação de Centros de Capacitação e Inclusão Digital faz parte de um programa do Ministério de Ciência e Tecnologia, firmado em 2009, e tinha como objetivo incentivar a qualificação de mão de obra e geração de empregos nas comunidades, além de capacitação de alunos de todas as idades. A convênio no valor de R$ 326 mil previa a instalação de 176 máquinas para atender 22 diversas localidades do município.
“É muito triste ver este espaço ocioso. As crianças podiam estar aprendendo muita coisa se os nossos computadores estivessem funcionando”, concluiu a presidente da associação de moradores.
Em nota, a Secretaria de Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Agricultura (STA) informou que Petrópolis conta com 56 Centros de Inclusão Digital instalados por todo o município. Os CID's funcionam em parceria com os moradores das comunidades onde estão instalados. A STA disponibiliza o equipamento, a instalação dos mesmos e o envio de pessoa competente para instrução dos moradores durante a utilização do CID. A comunidade fica responsável por zelar pelo espaço físico onde estes ficarão disponibilizados, pela segurança do maquinário e por fechar e abrir o espaço. O objetivo é levar acesso à informação e dar oportunidade de capacitação às crianças e moradores dessas comunidades.
Ainda de acordo com a nota, no caso do CID da Fazenda Inglesa, a STA aguarda que a comunidade disponibilize uma pessoa responsável pelo local, para que, então, possa dar prosseguimento às etapas e disponibilizar pessoal para orientação da comunidade. Além disso, a secretaria informou que já solicitou a instalação da internet na localidade para que possa oferecer o serviço.
O CID no Alto da Derrubada foi contemplado com oito computadores com monitores, teclado, mouse, estabilizador e servidor, fruto de uma parceria com o Laboratório Nacional de Computação Cientifica (LNCC).
Janaína do Carmo
Redação Tribuna
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